tag:blogger.com,1999:blog-194410548168898696.post6066007873659514371..comments2023-11-02T11:20:23.334+00:00Comments on OUT: "You cannot alibi"José Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/10745178216792905333noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-194410548168898696.post-28593152217414139432015-02-24T16:50:30.863+00:002015-02-24T16:50:30.863+00:00(ainda sobre Eastwood)
"Cada cual es dueño d...(ainda sobre Eastwood)<br /><br />"Cada cual es dueño de sus decepciones, que a su vez dependen de las expectativas. Y no se pueden discutir, aunque uno no las comprenda. Yo la ví con miedo a la hagiografía, y la encontré inteligente, divertida y envidiablemente épica. Claro que "Blood Work", para mí, es mucho mejor, de las máximas obras maestras de Eastwood, infinitamente mejor que "Unforgiven"..."<br /><br />"Sí, de toda la filmografía de Eastwood como director, la película que más peca de lo que (asombrosamente) se le acusa últimamente (enfatismo) es "Unforgiven", de una retórica insistente que da vergüenza ajena, y que encima tiene actuaciones histriónicas incontroladas e inaceptables de Hackman, Richard Harris y algún otro. Quizá le convenga hacer películas más baratas, más serie B, con más prisas y menos "grandes temas". Mis Eastwood favoritos son "Honkytonk Man", "A Perfect World", "Bird", "The Bridges of Madison", "Pale Rider", "Space Cowboys" o "Blood Work"..."José Oliveirahttps://www.blogger.com/profile/10745178216792905333noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-194410548168898696.post-17190025282743647112015-02-24T16:41:38.188+00:002015-02-24T16:41:38.188+00:00(sobre Eastwood)
"Filipe, veo que también po...(sobre Eastwood)<br /><br />"Filipe, veo que también por allá pasa como aquí (y no es nada comparable a USA o Francia, por razones diferentes). Por un lado, Eastwood ha pasado a tener “buena prensa” (boa prensa?), y a ser nominalmente respetado, al contrario que hace unos años. “Mystic River”, “Million Dollar Baby”, el díptico Iwo Jima lo han hecho “respetable” y por tanto (con los Oscares) sospechoso “in pectore” de academicismo, lo que cansa/des-solidariza a viejos defensores. También cansa a elitistas que ven que el público en general se interesa por sus antiguos “descubrimientos exclusivos” (le pasó hasta a Bergman). Y a los que fatiga el constante alto nivel de su producción y que haga casi una al año (otras víctimas: Godard en los 60, más recientemente Rohmer, Oliveira, Allen incluso). Es normal, así que se menosprecian “Blood Work” o “Space Cowboys”, “menores” o menos “serias” (eso le pasará a “Gran Torino”) lo mismo que, desde otro bando, las más “ambiciosas” y supuestamente “solemnes” (“Changeling”, como antes “Mystic River” o “Million Dollar Baby”). En Europa, se malentiende (a veces intencionadamente, a veces simplemente porque son complejas y no verbalmente explícitas, porque hay ambigüedad y sentimientos contradictorios) parte de su cine, y se vuelve al simplismo maniqueísta que se le atribuyó a “Dirty Harry”. En USA, lo “políticamente correcto” llevado a extremos delirantes de hipersensibilidad ofendida y pusilánime, se le ataca feroz y retorcidamente, atribuyendo a los films (y a su autor y a veces actor) los errores o faltas de sus personajes. He leído más insultos feroces y acusaciones terribles, morales y estilísticas, que elogios acerca de “Changeling” y de la muy superior “Gran Torino”. Dispuesto a ver los terribles enfatismos retórico-llorosos denunciados en “Changeling” me encontré que eran exageraciones malintencionadas (cuando no puras alucionaciones paranoicas, sin base) y que la película, sin ser perfecta, era impresionante y admirable. A quien no vió las primeras, le recomendaría ver todas; “Honkytonk Man” sigue siendo la que prefiero de TODAS, y “Bird” sigue entre las mejores de su carrera, quizá la más audaz. “Firefox” o “The Eiger Sanction” son muy divertidas, sí, menores, pero un placer y modelos de narración cinematográfica. La estupenda “Unforgiven” creo que está tan sobrevalorada como infravalorada “Blood Work”, y “Midnight in the Garden of Good and Evil” me parece otro film audaz y original e imprevisible. Una que no firmó (sino Richard Tuggle) pero al parecer dirigió, “Tightrope”, es absolutamente magnífica en mi opinión."<br /><br />José Oliveirahttps://www.blogger.com/profile/10745178216792905333noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-194410548168898696.post-15948861793074242252015-02-24T16:39:31.541+00:002015-02-24T16:39:31.541+00:00Sem querer instrumentalizar nada. Sem querer conve...Sem querer instrumentalizar nada. Sem querer converter ninguém. Permitam-me citar umas coisas de Miguel Marias: <br /><br />(sobre Fuller)<br /><br />"Não é estranho que se descobrissem essas afinidades, e outras mais tarde (desde Wenders a Kaurismäki; não tão explícitas, podem-se detectar mesmo em alguns americanos, como Michael Cimino e Abel Ferrara, quiçá também Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Brian De Palma, Michael Mann ou John Flynn), entre o já maduro ex-jornalista de Massachusetts e várias vagas de diretores (e cinéfilos) sobretudo europeus (e sempre estranhei muito que não tenha sido um ídolo no Japão) mais jovens, porque se algo define Fuller é o seu caráter espontaneamente inconformista e indomavelmente antiacademicista (não surpreende que a Academia de Hollywood nunca lhe fizesse o menor caso nem sequer para recordar-se dele a título póstumo: o desprezo era mútuo e recíproco), em evidente ruptura (para quem queira ver) com tudo o que faziam, o mesmo nos anos 50 que nos 60, todos os seus colegas (incluindo os genericamente ou geracionalmente mais vinculáveis: Robert Aldrich, Anthony Mann, Nicholas Ray, Richard Fleischer, Joseph L. Mankiewicz, Elia Kazan, Robert Rossen, Abraham Polonsky, Joseph Losey, Jules Dassin, Edward Dmytryk, Richard Brooks, Robert Wise, Mark Robson, Joseph H. Lewis, Phil Karlson, Robert Parrish, Budd Boetticher, André De Toth, Fred Zinnemann, John Berry, etc.).<br /><br /> <br /><br />Dir-se-ia que encontram-se feitas com outros materiais: são mais duras, ásperas, rudes, secas e rugosas, e dão a impressão (na realidade enganosa) de se basear ou se apoiar em maior medida na montagem, simplesmente porque o que em geral - por princípio ou por costume - Hollywood tende a dissimular e polir - e a MGM mais ainda -, Fuller, em contrapartida, ressalta, potencializa, faz sensível, enfatiza. Cada mudança de plano, e suas variações em escala (às vezes extremas), os movimentos de câmera, os cortes, os primeiros planos... notam-se - e muito - em Fuller, como se sentem a materialidade, a consistência, a textura, o tato, o volume, o peso, a corporeidade e o relevo dos objetos, dos seres humanos, dos animais, das paisagens. Seu cinema - cada imagem e seu choque e contraste e sucessão - tem uma dimensão muito mais materialista e física do que é habitual no cinema americano. Em Fuller importam de verdade o peso e a força da gravidade, não é precisamente um cinema leve e flutuante ou vaporoso, mas sim decididamente sólido e tangível.<br /><br /> <br /><br />Como mais tarde Godard, Fuller se especializou desde o início em fazer o que não faziam os demais e, se possível, o que - em teoria, segundo normas não escritas porém certamente vigentes, e por cujo respeito velavam zelosamente muitos produtores e seus mais servis capatazes -, “não se podia (ou devia) fazer”. Planos larguíssimos com múltiplas posições de câmera, travellings epicamente vertiginosos, mesclados com montagens ultra-rápidas (com ritmo de disparo de metralhadora) de enormes closes, como se estivéssemos no cinema mudo soviético de Eisenstein, Pudovkin e Vertov, conexões bruscas de closes com enormes planos gerais, emprego do formato CinemaScope esquecendo do manual de instruções, com saltos de eixo e falsos raccords convertidos em fator dinamizador, de desequilíbrio, de contraste e de surpresa, gruas que pareciam rodas-gigantes ou carrosséis enlouquecidos, embora nunca montanhas-russas enferrujadas como no Kalatozov de Soy Cuba. Mas para além dos aspectos formais e narrativos, não existia ainda a noção hoje opressiva e asfixiante do “politicamente correto”, porém já começaram a censurar Fuller, à direita e à esquerda, porque as utilizava sempre para fazer justo o que não convinha, o que não era habitual e aceito, o que não estava bem visto, o mais inoportuno, o menos “diplomático”, o que não se reconhecia publicamente nem no campo da ficção."<br /><br /><br />José Oliveirahttps://www.blogger.com/profile/10745178216792905333noreply@blogger.com