Foi o Oliveira, como tinha sido o Ford, o Costa, e muitíssimos outros, a dizer-me o caminho que quero seguir cada vez mais, ou seja: o da especificidade cinematográfica.
É o que o João Botelho diz: “hoje em dia ninguém fala em planos….”
Eu digo mais, não se fala em planos, não se presta atenção á maneira como se ligam duas imagens, como duram as imagens, porque é que elas se distinguem dos publicitários da Tmn ou da novela da sic, não se cruzam referências – por mais distantes que elas sejam – para assim fazer nascer qualquer coisa e tratar o cinema como uma história e um mundo que já é autónomo.
Mundo que se interpela e relaciona, daí as monumentais conexões que João Bénard da Costa faz entre Scorsese, Renoir e Godard no Casino; O Luís Miguel Oliveira refere Hawks, Ford ou Tourneur a propósito de Juventude em Marcha;
E o Bruno de Andrade – para falar de blogues – escreve que ao ver O Principio da Incerteza, do Senhor Oliveira, se lembrou muito mais de Blake Edwards que de Leo McCarey, etc…
Enfim são famílias, mas não são só famílias – são planos, cheiros, cores, picados, savoir fair, etc…senão os picados do Bay eram iguais aos de Oliveira (juro que há quem possa acreditar…).
De resto basta ler uma crítica a um quadro, a uma escultura: só se fala de tintas, pinceladas telas, materiais, etc…uma critica de cinema em Portugal vai logo á sociologia, á psicologia de pacotilha, á adivinhação interior.
E porque não falar da montagem, da fotografia, de onde se filma?
De um encontro impossível entre Oliveira e Spike Lee.
Chamem Tecnocrata a isso porque é mesmo assim que deve ser chamado, e as coisas iam melhorar, ia-se perceber a quantidade de cinema que está em Transe, e a ausência de Cinema em Ballas e Bolinhos, no Fragata ou em Expiação.
Como consegues equiparar o balas e bolinhos e o fragata ao expiação? E olha que eu conheço o Gray todo, conheces-me minimamente...
ResponderEliminarCumprimentos, de um grande amigo.
não ligues pá, é ironia minha, mas eu não distingo muito as coisas,
ResponderEliminargrato pela amizade, e nunca tenhas duvidas, isto só faz bem,
Cump.
...mas já agora explico melhor: é que não gostando de Expiação, e repeito quem goste, acho a pretenção do realizador, fazer á David Lean, monumental e complexo; para mim é a mesma coisa que o Fragata querer fazer, sem nada, á Spielberg ou á Cameron.
ResponderEliminarDinheiro á parte é isto que penso.
Não ligues.
Cada um gosta do que quer.