sexta-feira, 18 de abril de 2008

Com Um Beijo Roubado, o cineasta filma os EUA, após ter rodado seu melhor filme, 2046. Sobre ele alguns críticos escreveram equívocos como "ele está se repetindo", ou "um Wong Kar-wai para iniciantes", ou "a América não lhe fez bem". Como muito bem escreveu Cássio Starling Carlos, na Folha, repetir-se não é um defeito a priori, e muitos autores de respeito (ele cita Hitchcock, Cronenberg e Truffaut, entre outros), fazem da repetição, ou melhor, da recorrência de temas, a força de suas assinaturas. Cássio também afirma, com toda a razão, que sair do ambiente a que o diretor estava acostumado fez bem ao seu cinema, expandiu seus horizontes e permitiu uma maior movimentação dentro de seu próprio universo. Após o ápice atingido em 2046, foi necessário uma renovada de ares, semelhante à que fez depois de Anjos Caídos, quando foi filmar em Buenos Aires.

Sérgio Alpendre , Revista Paisá


Hitchcock e Hawks repetiram-se sempre? Repetiram. Mas, sendo sempre o mesmo, de cada vez era tudo novo. Por isso, tanto se pode dizer que fizeram sempre o mesmo filme como que fizeram sempre coisas que nunca tinham feito antes. Como, de resto, mais modestamente, disse Carpenter dele próprio, em entrevista de 1987: "I try to do things that I haven't done before."

João Bénard da Costa

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É o meu cavalo de batalha. Repetir-se não pode ser, à priori, de facto, um defeito. È isso, com os grandes autores é sempre o mesmo filme e nunca o mesmo filme. Aqui lá vão falar da repetição a propósito de Gray, de Kar-Wai, enfim, como o fizeram a propósito de Shyamalan ou o fazem, sempre, a propósito de Brian de Palma ou Chabrol, etc…as velhas lições já esquecidas.
Obrigado Sérgio Alpendre!

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