sábado, 17 de maio de 2008

Pursued - um filme


Se não há duvida que Raoul Walsh foi um dos grandes pioneiros, cinzelando pelo mundo peças puríssimas e inocentes, há coisas que o transportam, indelevelmente, para uma modernidade – o que só confirma que esta (a modernidade) já nasceu primordialmente.
Reparemos no seu comovente Pursued de 1947, filme dirigido em estado de graça, cândido, construindo cada plano como se descobrisse esta arte pela primeira vez – daí o tal pioneirismo.
Mas o filme é uma tragédia, o final é ala Shakespeare, a construção narrativa fora de linha, os raccords mentais bastante complexos, as relações ultra dúbias.
O mais imaculado mas também o mais agudo. Fabuloso Walsh – é isto que falta aos supostos modernos ou pós modernos desta época um pouco deprimente, um fazer por inteiro, um “fazer um filme” sem a consciência de genialidade.

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