quarta-feira, 16 de julho de 2008

Deep End



O mais belo dos filmes de Jerzy Skolimowski, certamente dos mais calorosos, porventura, também dos mais trágicos.
A história do rapaz do banho público que torna a sua paixão e curiosidade pela rapariga que com ele trabalha numa obsessão doentia e terminal.
Ele é movido pela inocência da juventude e das redescobertas. Ela assenta a sua vida, e transforma cada acção, em gesto de ambiguidade e perversidade.

Filme livre – mesmo se fica próximo de uma peça de câmara – lírico, misteriosamente elíptico e de uma poesia nostálgica e apaixonada, representa, certamente, um dos cumes da arte do grande cineasta polaco.
É, evidentemente, todo o contrário de um certo cinema que hoje em dia passa por moderno, a antítese dos falsos raccords, do aleatório trabalho móvel da câmara, etc.
Bem como a representação perfeita de um possível cinema autobiográfico em que já não se acredita.

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