segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Ne touchez pas la hache continua-me a deixar de rastos e sem reacção perante o restante cinema. (enfim, sobram poucos, mas são os do costume e pertencem à mesma equipa.)
É, mais uma vez, o seu filme mais noiseuse, possuidor daquela brutal secura no modo como imagens e sons se pegam, despegam e se confrontam entre eles. Uma agudeza formal que se relaciona sempre, mas sempre, com o meio físico e, acima de tudo, vive ao serviço do constante eterno retorno em que se esculpe cada imagem dos filmes de Rivette.

Esculpir é a expressão certa , porque se as imagens, esgotado o ciclo, irão nascer sempre aos primórdios, a atitude do Francês é como que encarar de frente o estado das coisas, esta crosta indefinível que possuem as imagens do nosso presente, e resgatar a candura.

Nunca gesto passivo – nem completamente anacrónico me parece – pois a noiseuse é de tal modo aplicada – esse combate das matérias – que os seus filmes são sempre os mais simples e os mais complexos, os mais primitivos e os mais modernos.

Um dia destes falo dos actores...não há palavras para Jeanne Balibar e Guillaume Depardieu.

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