segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Under Capricorn

É dos filmes mais complexos e vertiginosos de Hitchcock. De uma grandeza e de um experimentalismo que destrói qualquer convenção de filme de época ou de estudo psicológico/comportamental.
Tábua rasa sobre todo esse peso e essa vaidade que ainda hoje faz a glória dos académicos.

Está lá uma cena, aquela em que a governante (a fabulosa Margaret Leighton) enche a cabeça a Joseph Cotten, que é definidora.
Toda uma espiral das aparências e dos seus contrários. Toda a difusão e gravidade no plano (o fora e o dentro como elemento fundamental). Toda a fugidez narrativa.
Bem como aqueles estonteantes bailados entre a câmara e Michael Wilding que mais não são do que prenúncio superior daquela ferramenta que iria surgir nos anos 70.
Significantes para toda a obra e para este filme que continua tão misterioso, e se calhar tão difícil de decifrar, como aquando da sua estreia.

(Isto sim Sr. Frodon: uma curta-metragem ao acelerador)

Under Capricorn

3 comentários:

  1. Aí há uns anos, quando vi uns trinta e tal Hitchs seguidos graças a uma colecçaõ que saiu nos quiosques - em VHS - este foi dos rarissimos de que não gostei. É também dos poucos que nunca revi. Acho que está na altura de o fazer.

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  2. Na altura que o vi, há oito anos atrás, num ciclo da rtp 2 apresentado por João Bénard da Costa também não liguei muito.

    Hoje acho fundamental. Revê e diz qualquer coisa.

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  3. Apesar de sêr uma obra menor na carreira do mestre do suspense, vale o visionamento. Nem que seja pela destreza técnica e narrativa do assim como pelo carisma e talento de Bergman e Cotten.

    De ressalvar que o próprio hitch não se orgulhava nada do filme.

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