É dos filmes mais complexos e vertiginosos de Hitchcock. De uma grandeza e de um experimentalismo que destrói qualquer convenção de filme de época ou de estudo psicológico/comportamental.
Tábua rasa sobre todo esse peso e essa vaidade que ainda hoje faz a glória dos académicos.
Está lá uma cena, aquela em que a governante (a fabulosa Margaret Leighton) enche a cabeça a Joseph Cotten, que é definidora.
Toda uma espiral das aparências e dos seus contrários. Toda a difusão e gravidade no plano (o fora e o dentro como elemento fundamental). Toda a fugidez narrativa.
Bem como aqueles estonteantes bailados entre a câmara e Michael Wilding que mais não são do que prenúncio superior daquela ferramenta que iria surgir nos anos 70.
Significantes para toda a obra e para este filme que continua tão misterioso, e se calhar tão difícil de decifrar, como aquando da sua estreia.
(Isto sim Sr. Frodon: uma curta-metragem ao acelerador)
Under Capricorn
Aí há uns anos, quando vi uns trinta e tal Hitchs seguidos graças a uma colecçaõ que saiu nos quiosques - em VHS - este foi dos rarissimos de que não gostei. É também dos poucos que nunca revi. Acho que está na altura de o fazer.
ResponderEliminarNa altura que o vi, há oito anos atrás, num ciclo da rtp 2 apresentado por João Bénard da Costa também não liguei muito.
ResponderEliminarHoje acho fundamental. Revê e diz qualquer coisa.
Apesar de sêr uma obra menor na carreira do mestre do suspense, vale o visionamento. Nem que seja pela destreza técnica e narrativa do assim como pelo carisma e talento de Bergman e Cotten.
ResponderEliminarDe ressalvar que o próprio hitch não se orgulhava nada do filme.