domingo, 12 de outubro de 2008

Não é que alguém se interesse por estas coisas, enfim...Foi o Truffaut que afirmou que não podia ter por um político o mesmo interesse que tinha por certo cineasta que admirasse. Afirmou ainda, firmemente, que para ele Charles Chaplin era mais importante do que Winston Churchil na história da Inglaterra do século XX.
Ora, deste lado, passa-se exactamente a mesma coisa, sem qualquer tipo de hesitação.
Podia ainda escrever umas razões sobre o porquê de eu preferir, muitas vezes, o cinema à vida. Que se lixe, falava de politica.
Coisa que não me interessa, literalmente, e que embora a acompanhe, não tenho qualquer intenção de nela participar.
Só votei uma vez na vida, logo a seguir a adquirir o cartão de eleitor, presumo que essa excitação e novidade pesou na decisão. E perdi, foi uma derrota retumbante. Sempre tive vergonha de dizer em quem votei. Como foi possível? Como?

Hoje em dia já não voto, que se lixe, não posso confiar, nem me interessar, por esse mundo das máscaras, do espectáculo e do circo. Dessas mentiras que todos os dias enchem os jornais, as televisões e as rádios. Não consigo ter a certeza dos que no metro dizem em voz alta que a ou b é um cabrão e que c é que lá devia estar. É que em seguida entra c e já é o maior filho da puta. Vi isto tantas vezes. Não tenho certezas, simplesmente. Angustia-me saber que vou faz asneira, que o importante é participar. Para mim não é, nunca foi. Enfim, estou-me nas tintas.

Obviamente, para mim, João César Monteiro é infinitamente mais importante do que António Oliveira Salazar, no século passado português.

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