quinta-feira, 9 de julho de 2009

Vila do Conde, 5

 
... no meio do mau ainda consegue existir o deplorável, o abjecto, o ofensivo. Como em todas as coisas... “Too Many Daddies, Mommies and Babies” na sua ânsia de filme xunga série-b de ficção científica e produto ofensivo, nada mais é do que uma abominável colecção de imagens feias, sons insuportáveis, cores aberrantes, algo completamente informe. No fundo é só uma merda de um pastelão betinho que pensa que lá por os protagonistas dizerem “somos só paneleiros” ou por filmar monstruosidades, como um certo parto, vai chocar uma plateia. Não choca, evidentemente, porque hoje em dia a banalização das imagens e das propostas é tal que coisas destas só atingem o risível, porque o que lá está é somente uma coisa igual àquelas séries que as televisões passam nas manhãs de domingo, por exemplo, só que feitas por alguém que para ser conhecido e na ânsia de publicidade, têm a necessidade de querer ser ostensivo (ai que medo…) e “original”. Um nojo, um nojo inaudito que é impossível perdoar. Gabriel Abrantes só não é o pior realizador do mundo pois não é, de certeza, realizador.

E já agora – uma completa vergonha este filme ter sido seleccionado para uma competição oficial de um festival como este (ou se calhar não, se calhar é importante ver até que nível se pode descer…) lamentável sobretudo por tantos filmes justos, sinceros e feitos com alma, coração e sangue, terem ficado de fora. Os nomes e os contactos ainda podem muito, podem tudo…

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