quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Manuel Mozos: O que me interessa é que não sinto que fiz alguma falcatrua. É um filme honesto. Ma montagem de “…Quando troveja” podia não ter juntado os blocos e fazer dois filmes diferentes. Um para miúdos, com os duendes, e um mais adulto sobre um palerma que sente dor de corno. Não tenho grandes hipóteses de filmar, se posso juntar dois filmes num, porque não… É óbvio que este não é o pressuposto do filme mas era uma coisa que podia dizer a algumas pessoas.

Miguel Gomes: Mas a honestidade também está na assumpção da série B…

Manuel Mozos: Pois, mas há tipos que não percebem…Os filmes portugueses não têm que ser todos obras-primas e os realizadores uns génios…Eu admito que o César Monteiro e o Pedro Costa têm nos filmes momentos de genialidade. E outros…Mas exigir isso a todo o cinema português faz tão pouco sentido como achar que se devem fazer filmes para os óscares…Isso da série B tem a ver com a minha convicção de que “…Quando troveja” é um filme menor, tal como todos os filmes que fiz. Mas os filmes menores podem ser bons…

Miguel Gomes: Há momentos em que a série B se aproxima da lógica da série Z, uma coisa mais paródica e autoconsciente…

Manuel Mozos: O meu abecedário não é tão extenso…

2 comentários:

  1. "Manuel Mozos, um ponto de vista" um catálogo que o Miguel Gomes dedicou em 2001 ao MM. Muitos textos, grande entrevista, algo muito divertido e bem escrito sobretudo....como tudo o que tem a ver com fitas, deve andar por aí...

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