domingo, 15 de março de 2015

ENCONTROS CINEMATOGRÁFICOS 2015 - Sérgio Alpendre sobre Andrea Tonacci


"A vida também é feita de coisas deixadas pelo caminho. Muitas delas deixam de fazer sentido, ou se mostram inviáveis diante de nossas incertezas e contradições. Quem não teve de abandonar sonhos, desejos, projetos, é porque nunca sonhou, desejou, projetou, nunca quis entender para que diabos viemos ao mundo.

Já Visto Jamais Visto procura dar um sentido a uma série dessas coisas, alternando-as com outras (em menor número) que serviram à finalidade original, que fizeram parte de alguma obra terminada e lançada em sua época. Ou seja, trechos de filmes inacabados se juntaram a imagens de filmes finalizados (alguns deles já devidamente estudados, como é o caso de Bang Bang). Uma tentativa de reanimar algo desfalecido, esquecido, quase perdido, pela companhia de obras vivas, no caso, vivas pela mente daqueles que as viram e foram afetados por elas.

(...)

Já Visto Jamais Visto é um enigma. Daqueles que despertam em nós o desejo de decifrá-lo, ao menos em parte, e mesmo sabendo que grande parte de sua força vem da impossibilidade de compreendê-lo totalmente. É o grande filme brasileiro (latino-americano?) desta década."

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