sexta-feira, 13 de março de 2015

ENCONTROS CINEMATOGRÁFICOS 2015 - Entrevista a Victor Erice



- Muitas vezes disseste que não fazer um filme é tão importante ou mais do que fazer por fazer. Como lutar contra as formatações, o mercado, os festivais e as modas? Que conselhos costumas dar aos jovens nas tuas aulas?

A razão que nos leva a realizar um filme deveria ser profunda, de autêntica necessidade. O Jean Eustache questionava-se várias vezes: Porque se fazem filmes? Para que serve fazê-los? São perguntas essenciais que todos os cineastas se deveriam colocar. 

Conselhos aos jovens? Não muitos...Trata-se, sobretudo, de aprender gravando, filmando. Isso sim, lembro aos meus alunos que ninguém os obriga a ser realizadores de cinema: é uma escolha. Devem, portanto, ter consciência de que realizar um filme é uma actividade que compromete. Não se podem fazer certas coisas, há certos limites que formam parte da moral de um cineasta, ou mais humildemente do seu grau de conformidade, o que se manifesta no acto de rodar.

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