"Ana", António Reis e Margarida Cordeiro, 1982
Onde está a menina da blusa de chita
Saia de riscado e avental aos folhos?
Não sei se era feia ou bonita
Só sei que a esperança brilhava em seus olhos.
Parece-me vê-la! Quando ao entardecer
Ela regressava de mondar os trigais.
Alta, muito delgada, e por assim ser
Riam, troçavam-na todos os demais.
Serena, ela sorria, sorria,
Flor singela, tal qual as do prado.
Mondando e ceifando, mil sonhos tecia
E era princesa dum castelo encantado.
Onde está menina do prado?
Pelos caminhos distantes do tempo
Não ouves que te chama, que te chora o vento?
"Menina do Prado", Virgínia Maria Dias
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