sábado, 18 de julho de 2009



“Mal”, de Alberto Seixas Santos, é um corpo doente, de caminho para a putrefacção, para o apocalipse da matéria. É um organismo em bruto, animal e descarnado, onde as hemorragias, os cancros e a morte fazem parte constituinte da substância da película, estão lá imprimidos, a corroê-la no seu interior, irreversivelmente. Pelo caos, um desfilar de estruturas ósseas dilaceradas, secas, onde a carne rapidamente se vai desvanecendo, onde os corpos dos náufragos e dos fantasmas caminham para o pó. E ainda é preciso ter olhos para ver o anjo… Sem águas mornas, meias tintas nem redenções. Há quem os tenha e há quem não os tenha. É mesmo assim.

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