segunda-feira, 6 de outubro de 2014


Culminando a espantosa colheita iniciada em "The Shamrock Handicap", continuada com "3 Bad Man" - e terá de se contar sempre com "The Blue Eagle" que só por si convoca o terreno mais ferido e complexo de Ford - "Upstream", numa mascarada triste como poucas por tão clara exposição, fecha o círculo das vontades e dos humores humanos tão incisivo como. Um mundo dentro de um mundo onde o surreal opera subterraneamente como que advindo da cena do hospital que em Shamrock tudo fazia planar para outros níveis; e no qual a ânsia de poder jorra com um brilho mais letal do que a pólvora de Bad. Finalmente, já a aparência se tornou infinitamente mais importante do que a convulsão. O galã já esmagou Hamlet. E as câmaras só apanham o sorriso ensaiado e o gesto composto, abrindo todos os campos para as monstruosidades e deformações de "The Last Hurrah". Por isso há que abrir os olhos para o estupefacto Ely Reynolds, ver onde ele se posiciona, o que revela, escancara, do que foge, e o dito tão enigmático que solta pouco antes de se esfumar. You´ve done lost me, secreto mas tão significativo e orgânico como os vírus do seu outro filme com Ford. O mesmo vírus.

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