quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Gray

O Tiago é que têm razão, James Gray é um grande cineasta, e este filme é o que mais espero de momento, e, porque não acredito que estreie tão cedo, vou vê-lo à socapa, evidentemente.
Mistura entre o classicismo que mistificou uma certa Hollywood, Coppola, Scorsese, e Visconti – de resto é mais do que assumido – este é, de certa maneira, um cinema anacrónico, pois parece vir de outro tempo – belo, apaziguado, mas tão perigoso e vertiginoso ao mesmo tempo.

De resto nunca é só cinéfilia, nem nas formas – existe na imagem uma vertente pictural que só pode vir de uma certa pintura; bem como na temática, já que existe um estudo de personagens completamente radical e pessoal…

E é cheio de personagens aterradoras – a Charlize no The Yards não me sai da cabeça, nunca – a sombra no rosto dela, a chegada de Walbergh a casa - tão solitário - o samba do Brasil à entrada para a discoteca…ou em Little Odessa, o paroxismo total, em surdina, os dois irmãos e uma trajédia, etc…etc…
Nada de pós modernismos, nada de estruturas narrativas (que nojo) elaboradas…a família e os ambientes….

É verdade que aqui, como o foi na América, o filme vai ser corrido a pontapé pela critica…mas em França, por exemplo a musica é outra, e o próprio Chabrol, já o considerou o seu sucessor, e afirmou que serão preciso 30 anos para a sua obra ser considerada…

Enfim, pelo menos que estreie…

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