(na foto: Cormac MacCarthy, a jogar pool em El Paso, no Texas, há mais de cinquenta anos)
Deixo ficar as minhas preferências de cinema e não só do ano que passou. Desejando a todos um excelente 2019.
2018
Filmes
- The Last Day of Leonard Cohen in Hydra, Mário Fernandes
- The 15:17 to Paris, Clint Eastwood
(Um Mundo Perfeito. A máxima simplicidade, a máxima oração.)
- Phantom Thread, Paul Thomas Anderson
(O southern gothic da literatura Norte-Americana, Daphne du Maurier ou Shirley Jackson, os contos que devem atormentar ou certo dia atormentaram os Paul Thomas Anderson miúdos, antes dos ecrãs e ainda com as estrelas como testemunhas, tal como Camilo Castelo Branco em Portugal atormentou ou atormenta alguns perdidos, em reação com o experimentalismo não só de Robert Altman ou de Robert Downey Sr., mas na mesma medida com o porno Californiano que sempre torceu e suou os seus filmes desde “Sidney”. Doença realista.)
- First Reformed, Paul Schrader
- Columbus, Kogonada
(Geometria da emoção.)
- Western, Valeska Grisebach
(«Aquele homem que ali vês, veio de longe, ninguém sabe o que ele fez.» Escuta-se em qualquer aldeia do mundo.)
- Frantz, François Ozon
- Sicario: Day of the Soldado, Stefano Sollima
(O filho do grande Sergio Sollima a meter-se firme e hirto como um soldado numa terceira guerra mundial, guerra nem boa nem má, indescritível; chegando algures no meio do caminho ao velho conto do pai e do filho perdidos no fim do mundo.)
- Call Me by Your Name, Luca Guadagnino
(Ruy Belo… Joaquim Pinto…)
- L'amant d'un jour, Philippe Garrel
(Documentário seco e poesia estupefaciente à mesma luz atordoante dos sentimentos.)
Descobertas
- Black Midnight, Oscar Boetticher
(Cavalos, felinos, belos e treva a céu aberto no perpétuo western.)
(Cavalos, felinos, belos e treva a céu aberto no perpétuo western.)
- Polifonias, Pierre-Marie Goulet
- Baseball, Ken Burns
(Walt Whitman no pátio da nossa escola.)
(Walt Whitman no pátio da nossa escola.)
Livro
- O Guarda do Pomar, Cormac McCarthy (2º tradução de Paulo Faria)
(O Guarda do Pomar é duro como um corno e uma prova de sobrevivência até ao carro do Marion Sylder avariar na ponte; a partir daí é emocionante e justiceiro para lá de qualquer adjectivação; o momento em que o rapaz devolve o dólar do gavião ao estado é inacreditável de secura, tristeza e verdade, o que vem depois da inocência... e o velho sábio no sanatório a meter o funcionariozinho na linha... o Sylder na prisa a tentar que o rapaz não faça o que ele sabe que tem o direito de fazer... o final no cemitério e o último parágrafo...)
Música
- Mechelas, Sam The Kid
(Cartas do quarto, a violência da doçura.)
(Cartas do quarto, a violência da doçura.)
Outros
- PEDRO COSTA: COMPANHIA, Serralves
(Sublime escuridão; Hawks e Hitchcock finalmente no digno altar.)
(Sublime escuridão; Hawks e Hitchcock finalmente no digno altar.)
Nota: alguns filmes não têm apontamentos pois já escrevi sobre eles.
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