quinta-feira, 29 de maio de 2008

Cinemateca no Porto, já!

Concordo absolutamente, e reitero, a ideia de existir um pólo da cinemateca na cidade do Porto. Mas é vergonhoso que esta excelente iniciativa – que peca por tardia, muito muito tardia – parta da iniciativa de uma faculdade de economia, e outras coisas adjacentes como os estudantes de televisão e computadores da Escola de Artes. Então onde estão os meninos de cinema da Escola Superior Artística do Porto? A brincar ás Nouvelle Vagues e aos faz de conta? Tenham vergonha e fechem o tasco!

8 comentários:

Jojo disse...

OS meninos estão a fazer filmes. Muitos mais do que alguma vez se achou possivel. Enquanto uns tentam ver cinema no Porto outros fazem-no. Com a nossa insatisfação perante o nada que se passava no Porto fizemos filmes, sobre o Porto e com o Porto. Tentamos a nossa maneira desabrochar esta cidade. Tu tambem estudaste aqui e durante tres anos nunca te vi escrever uma carta que fosse para haver aqui uma cinemateca, falar todos falamos mas isso já se torna costume e torna-se perigoso.
O rancor mal direcionado por vezes ofende.

Jojo disse...

Quanto a ideia é de louvar e apoiarei com certeza.

joaquim.guilherme.blanc disse...

Muito obrigado pelo vosso apoio. O Circuito, contudo, é um projecto que esta a ser desenvolvido por alunos de direito, som e imagem da catolica, belas-artes, economia e de letras. Em Economia foi apenas o nosso último "encontro". Agora, transforma-se num movimento cívico mais alargado, pertencendo a quem se quiser debater por ele. Este post, do josé, é um exemplo disso.
Deixo-vos aqui a notícia que saiu hoje no Público e que poderá ilucidar melhor sobre o projecto. Espero poder contar a vossa assinatura no abaixo-assinado. Temos vários mandatários em várias faculdades e pessoas fora destas a recolher assinaturas. Tentaremos deixar o documento em vários sítios da cidade.
Obrigado.

"Escassa oferta de filmes anteriores a 1990 leva estudantes a exigir pólo da Cinemateca no Porto

29.05.2008, Luís Miguel Queirós, Público

Um grupo de oito estudantes de várias universidades do Porto lançou ontem um abaixo-assinado apelando à criação de um pólo da Cinemateca Portuguesa na cidade. O documento foi distribuído após a exibição, na Faculdade de Economia do Porto, do filme Os Cavaleiros do Asfalto, de Scorsese, que encerrou o projecto Circuito, um ciclo de cinema promovido pelo mesmos estudantes, cujas sessões - antecedidas por uma introdução - decorreram nos auditórios de diversas faculdades do Porto.
A reivindicação de uma extensão da Cinemateca na segunda cidade do país é antiga, e ainda recentemente foi recuperada pelo socialista Francisco Assis, vereador da Câmara do Porto. Assis considerou "escandaloso" que a Cinemateca Portuguesa sirva apenas Lisboa e defendeu que a instalação de um pólo no Porto não implicaria custos financeiros elevados, uma vez que já existem infra-estruturas que poderiam servir esse propósito. Na sequência destas declarações, Pedro Mexia, recentemente nomeado sub-director da Cinemateca, admitiu que gostaria de criar "uma colaboração com o Porto" e de "descentralizar" a instituição, mas acrescentou, então, que a ideia ainda não fora discutida internamente. O PÚBLICO tentou ontem ouvir a direcção da Cinemateca, que esteve incontactável durante toda a tarde.
O que este grupo de estudantes - ligados aos cineclubes que funcionam em algumas faculdades do Porto - argumenta é que a progressiva deterioração da oferta de cinema no Porto, sobretudo de filmes anteriores a 1990, justifica que se "recoloque esta questão na ordem do dia" e se "apele a quem tem o poder de decidir para que tome medidas urgentes".
Num extenso documento que serve de apoio à petição agora lançada - e que está disponível no blogue "circuitocinema" -, os respectivos subscritores chamam a atenção para o facto de, nos últimos dois anos, terem sido exibidos no Porto apenas 79 filmes anteriores a 1990. Um número que desce para metade se excluirmos o Fantasporto, e que se reduziria a uma dúzia se não fossem as sessões promovidas pela Fundação de Serralves, onde os filmes, afirma o documento, são frequentemente projectados com "problemas graves ao nível da qualidade de imagem, som e legendagem". A escassa oferta restante fica a dever-se à Medeia Filmes, que exibe ocasionalmente filmes antigos no Teatro do Campo Alegre e nos cinemas do centro comercial Cidade do Porto, e à actividade dos cineclubes universitários.
O documento sugere que se comparem estes números com os 117 filmes anteriores a 1990 que a Cinemateca exibiu em Lisboa só durante o passado mês de Abril. Os estudantes lembram que o Porto já foi, entre os anos 50 e 70 do século passado, um dos grandes centros de cinefilia a nível europeu e que isso "permitiu a uma geração, que hoje se encontra na faixa etária dos 50 aos 70 anos, crescer com o cinema, sendo o conhecimento profundo desta arte um dos mais fortes pilares da sua cultura geral".
O documento sublinha que a Cinemateca é uma instituição nacional, financiada pelos contribuintes de todo o país, e que está obrigada, pela lei que a constituiu, a "promover o conhecimento da história do cinema, contribuindo para o desenvolvimento da cultura cinematográfica". E considera que "existir uma instituição pública que exibe cerca de cinco filmes por dia numa única cidade portuguesa, quando nas restantes se chegam a passar vários meses sem que uma única película anterior à década de 1990 seja exibida, consubstancia uma situação ofensiva e intolerável".

Jojo disse...

Caro Joaquim, na verdade soube pelo Publico e podem contar com o meu apoio pelo pouco que isso valha e por alguns dos meus colegas. o cinema não pertence so a uma elite estudantil e estudiosa especifica e voces sao a prova disso.

José Oliveira disse...

o que eu gostava era que existisse uma cinemateca no Porto, em Braga, em Aveiro, Coimbra e por aí abaixo até Marrocos, tipo bibliotecas ou museus...

o resto é só mesmo para fazer ouvir, vocês é que fazem Bande à part.

joaquim.guilherme.blanc disse...

Sim, ana, de facto, há muitas formas de viver e nos envolvermos na arte do cinema. A organização do Circuito é um exemplo disso mesmo: pessoas que fazem críticas de cinema em jornais universitários, em canais de televisão universitários, que estudam cinema como tu, que estudam video, que promovem ciclos e sessões de cinema, que simplesmente sao grandes cinéfilas ou que até, acabando os seus cursos, tirarão mestrados na área do cinema, dentro, e fora de portugal.
Gostava muito de poder contar o vosso apoio na recolha de assinaturas na vossa escola. Será que poderei, na próxima semana, deixar-vos o documento de abaixo-assinado na ESAP?
Desta forma, entre assinaturas de professores e alunos, cobririamos mais uma insituição da cidade.
Que dizem?

José Oliveira disse...

ahh, vejam como algo parece nascer.

Bom trabalho Joaquim.guilherme.blanc e cumprimentos!

Jojo disse...

Caro Joaquim, andei um pouco afastada porque esta semana tive em rodagens e por isso não tive tempo para nada. Farei circular com todo o gosto o abaixo assinado podendo combinar um sitio que lhe convier mais. O meu contacto é o aeaproducao@gmail.com

Cumprimentos