terça-feira, 18 de março de 2008

PTU

É juntamente com The Mission, e Breacking News a obra-prima de Johnny To, é tudo muito simples, aliás é como que continuação de Rio Bravo ou do Assalto de Carpenter.
Ou seja: uma rua, um confronto entre uma unidade especial, rivais e Ganges e o resto é com a mise en scene.

Se em Hawks era a assombrosa simplicidade sofisticada, a arte da evidência, se em Carpenter era o prodígio de movimentação de câmara, de gestão de ritmos e de cheiro a western urbano, em To é o tour de force portentoso das angulções da câmara, dos domínios das escalas e do assombroso cromatismo metálico da fotografia, frio, gélido.

Se existe algo que se pode considerar, precisamente como, mise en scene século XXI, ou seja, maquinismo sofisticado em prol da criação de algo irresistível, experiência cinematográfica singular, candura no caos – um pouco á Mann ou Assayas – o nome a reter é Johnny To.
Um domínio dos espaços da rua, dos tempos da montagem e da função da câmara que assusta.
Mas não chegam palavras e só vendo.
Mais uma vez Vasco Câmara para explicar a coisa: “To é o cineasta da paralisia, do prenúncio da catástrofe”.
Exactamente, e PTU é obra cinematográfica absoluta, o John Woo dos 80´s.

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