segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Acabo de ver Ice. Assim, a quente, a obra parece estar sem dúvida ligada e fazer parte do mesmo corpo de um Godard engajado (One+One, Alphaville ou Wee Kend, etc…), da liberdade de Cassavetes (pró lado de Faces) ou mesmo do Antonioni de Zabriskie Point.

Mas é que estou a ler o monumental catálogo que a cinemateca dedicou a Robert Kramer em 2000, e uma das coisas que impressiona é a forma como ele fala tão pouco de filmes ou cineastas. E quando fala é quase sempre sobre as margens e sobre modos alternativos de produção, etc…

Portanto, calminha. O que me impressiona nesta fascinante e estranhíssima tangente à ficção científica, é a maneira como a câmara de Kramer elide esses maneirismos e essa busca de uma vérité que tanto fez posteriormente escola em aberrações que vão desde o Dogma até a essa impregnação fascista de mexer a câmara aleatoriamente – certas grandes produções, certas publicidades, certas séries, certos clipeiros, etc…

Aqui a moral é dar a ver, seguir os corpos e a palavra, e no final tudo fica muito mais forte.

2 comentários:

José Roberto Rocha Filho disse...

Nada a ver com o post, mas queria saber se você conhece este site:

http://filmesbrasileirosdownload.blogspot.com/

Tem Bressane, Mojica, Sganzerla, etc...

Luís A. disse...

então, fomos de férias?