domingo, 1 de junho de 2008

Indiana

Vai ser rápido e distanciado pois a coisa não merece muito. No geral é divertido, as piadas são boas e tudo parece despretensioso. A descoberta/relação Pai e Filho têm o cheiro same old thing (é aqui que está a joissance e os raccords.) De resto o filme é feio, bastante feio, e a tão propalada meia hora inicial é a mais feia e inerte do bolo. A auto exposição começa cedo, qualquer coisa como: “estamos a ficar velhos para isto”, mas tudo se inverte, tudo parece feito de digital, CGI puro, logo de plástico. Spielberg disse que queria evitar os pixels? Como disse? È que desde o primeiro plano, até à faculdade, tudo parece animação, zeros e uns, uma limpeza enjoante…ou seja, parecem os rolos da Kodak e tudo o que estes acarretam, ou podem acarretar, que parece estar a ser evitado. A sujidade, as maquetas, o cheiro artesanal, tudo isto faz falta…
A coisa vai progressivamente melhorando e até conseguimos, levemente (selva fora...), sentir o cheiro da grande série-b, amadora e visceral, que é o que faz o segundo tomo de “Parque Jurássico”.
Ou seja, as referências abundam: de Brando até Apocalipse Now, do próprio Spielberg às guerras dos mundos, mas é frágil, oco como a areia, e…feio, volto a repetir, é clean e aconchegado, mesmo apesar de tomadas de vista portentosas, montagem afinada ou o que quer que queiramos vislumbrar.
Jogo de plataformas? Também não é esse o mal, os outros sempre o foram e nunca o foram – o mal é o medo da anacronia furiosa…é ai que Spielberg é bom e se reinventa.

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