terça-feira, 27 de novembro de 2018

sam the man!





Recordação de uma tarde bem passada com o genial e porreiro Samuel Mira, para sempre the Kid, por entre o labiríntico betão e os jardins de Chelas tratados por tu, em deambulações que eu desejava intermináveis até se encontrar um local sossegado para ele falar de Quentin Tarantino e de escolher Jackie Brown para passar no Lucky Star - Cineclube de Braga. Do metro aonde ele me foi buscar até ao palco do vídeo, perfeitamente sintonizados com as polpas Tarantinescas ou com a pulp original de Elmore Leonard, um raide ao café do bairro, fintamos o ringue da bola e do free style, safamo-nos em last minute rescue dos cortadores de relva que renasciam e se multiplicavam infinitamente como zombies tal como no Thriller de Michael Jackson ou como no Moonwalker da Sega Mega Drive, ele a dizer-me que Scorsese também era importante para a malta do bairro, que se reconheciam naquelas ruas, a mostrar o respect para com o Adolfo L. Canibal de Bracara, mandando para o ar fresco e rarefeito de Janeiro um impressionante beat box só para ver se o som era bom para a câmara, e etc. Senhoras casadas ou o esfarrapado da esquina, todos o cumprimentavam, olá Samuel, um Deus terreno.
O vídeo que aqui ´tá é uma montagem feita por mim de um depoimento sem cortes no qual tudo fluiu limpidamente, samplado e carregado de scratch como só nos génios do rap primitivo. E que dádiva ele ter escolhido o meu filme favorito de QT. Mechelas!

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Help Me Make It Through the Night





para todos os amigos ali presentes e os outros, para a Marta Ramos, o Zé Lopes, John Huston, Stacy Keach, Jeff Bridges, Susan Tyrrell, Kris Kristofferson, Monte Hellman...

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Paulo Faria / Cormac McCarthy / Cinema

Fazendo minhas as palavras que certo dia José Tolentino Mendonça dedicou a Paulo Faria, também eu tenho uma dívida enorme para com esse gigantesco tradutor e escritor. Foi ele que me possibilitou ler em português Blood Meridian / Meridiano de sangue e tantos Cormac McCarthy, um dos heróis cá de casa. Mito, lenda, pó, mas também a certeza de que p'rá frente é que se caminha, olhando nos olhos a treva. É dele ainda o livro contemporâneo mais belo, ferido e violento que percorri nos últimos largos anos - Estranha Guerra de Uso Comum. Violência e ternura. Nele, um homem que há muito 'teve na guerra e nunca a largou, confessa: «Um homem, sozinho neste mundo, anda às cegas, anda em círculos até se perder». Paulo Faria passou por Braga em Julho passado e foi um momento alto para o Lucky Star. Mais uma vez, muito obrigado.