quinta-feira, 3 de julho de 2008

Canijo

Em conversa com um amigo voltei a lembrar-me que João Canijo é um grande cineasta. E lembrei-me de algo fascinante que ele tinha dito há muito. É uma frase que para a maioria quase total pode ser bastante perigosa. Mas Canijo têm razão, o seu caso dá-lhe razão.

O processo formal utilizado neste filme é uma coisa para continuar?

Sim, vou continuar a explorar o processo, não tanto na câmara à mão mas ainda mais na vertigem. Tenho neste momento ideias muito concretas, que talvez como todas as ideias teóricas se venham mais tarde a revelar erróneas, mas agora defendo um pressuposto teórico, que é este: as coisas tendem para a abstracção e para a fragmentação. E podem ser feitas de duas maneiras: ou como o Pedro Costa e o Takeshi Kitano fazem, que são murros no estômago do espectador, violentíssimos, mas que dão tempo a que o espectador se levante e acorde um bocadinho para levar outro de seguida, ou uma coisa para o "knockout", em golpes sucessivos de montagem, como faz um bocadinho o Wong Kar-Wai.

(por alturas de Sapatos Pretos)

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