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Le Monde Vivant. Cavaleiros, uma princesa trancada num castelo, um ogre, um cão tornado leão, arvores falantes.
Continuamos: duelos de espadachim, o cavaleiro que voa como pluma, um coelho tornado elefante, alguém que morre e ressuscita, duas crianças que surgem do nada e presenciam um mundo onde o espírito se faz vida.
O medieval e o actual, da luz à escuridão, do pesadelo ao sonho.
Continuamos: duelos de espadachim, o cavaleiro que voa como pluma, um coelho tornado elefante, alguém que morre e ressuscita, duas crianças que surgem do nada e presenciam um mundo onde o espírito se faz vida.
O medieval e o actual, da luz à escuridão, do pesadelo ao sonho.
Tudo isto não passaria de delírio inconsequente se não houvesse um milagre, aquele que permite a Eugène Green tomar-se, em estado de graça e sumptuosamente, pela loucura e o encantatório de João César Monteiro e a absoluta depuração e surdina do cinema de Robert Bresson.
Todo um bestiário insólito, o respeito e a materialidade da palavra, a frontalidade e disposição teatral, a arte do não mostrado, etc., neste que é, por ventura, uma das ultimas reinvenções – na verdadeira e total acepção da palavra – que o cinema conheceu nas ultimas décadas.
Ou seja, não se tem nada do que Peter Jackson teve, mas tem-se toda a criatividade do mundo, tem-se uma história do cinema e das técnicas devidamente apreendida, e com escassíssimos meios fez-se uma, e as palavras são, por uma vez, medidas: Obra-Prima.
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