quarta-feira, 18 de maio de 2011

para jamais esqueçer:


- O sino e o pátio e o resto que de alma se insufla e que começa a falar para nós no belíssimo e Fordianissimo "Río Escondido", do mexicano Emilio Fernández. Outro ascético das terras e dos céus e dos corpos e rostos como o de María Félix. Outro que vai até aos limites dos negros que se volvem brancos ou vice-versa. Outro crente, outro que não deixou filhos...

- O scope que tudo absorve e leva à frente, as cores que queimam e que gelam no "The Cardinal" de Preminger. A geometria do caos, como disse o Mário. Os pretextos narrativos para se fazer um mapa de viagens e de absurdos e de bojardas. Um padre nos cabarets, John Huston a cardeal e uma sequência no mar irmã de De Mille...O tipo de coisa que hoje Hollywood fugiria a sete pés.

- "Esther and the King", 1960, Walsh. Igualmente a arte do scope e das cavalgadas até aos infinitos qual "Persued". As cores e as poses da guerra e as cores e as poses do erotismo.

- A necessidade vital dos óculos e dos socos à "They Live", do Carpenter.

- O documentário sobre um corpo e sobre uns lugares que é "Boudu sauvé des eaux". O seu amadorismo onde a realidade arde e é logo outra coisa, coisa poética e bruta. Comovente e aterradora. Portas que se abrem, fúria sonora que ensurdece. Primeiro grau. Inocência que desmascara o que depois as novas vagas e os "cinéma vérité" iriam propor como a vida contra a ilusão. O lirismo e a dureza das ruas, arestas expostas. Elo de ligação a Rossellini, sei lá....

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