As belas mãos do jovem Bonaparte
servem para tocar música sublime como que chegada do espaço dos
anjos mas também servem para ostentar umas garridas luvas de boxe e
matar um seu semelhante. William Holden no seu primeiro grande papel,
logo para o inventor e sempre dividido Rouben Mamoulian em “Golden
Boy”, quis conquistar o mundo inteiro e só acordou desse sonho
quando se destruiu a si mesmo. Noutra potente variação de “Dr.
Jekyll and Mr. Hyde” esse verde Bonaparte a longo caminho de
Napoleão vai descobrindo no desmame do seio uterino que o maior dos
dons tanto pode fazer desabrochar um novo mundo como mergulhar na
sombra fatal todas as promessas. Mamoulian, as questões confinadas
de Clifford Odets e homens da torrente e do nervo de Daniel Taradash
espetam em centro a ternura de um Pai, a filosofia de um príncipe
discreto a envelhecer noutro tipo de sombras caseiras, a mulher
extraordinariamente sincera e claudicante sobre ondas do quotidiano
de Barbara Stanwyck (dupla de Bonaparte em mais um espelho
estraçalhado), o mafioso como a outra face da moeda desses todos
(com argumentistas convencionais este seria logicamente o vector da
redenção), para ser o pai do rapaz morto em combate a apontar de
novo o caminho ao perdido ---» cada um tem o seu fardo e não se
pode fugir dele. O guião torcido, a morte torcida, a moral torcida,
e assim postos na perspectiva ali certa - não a luz a devorar a
metragem avançada da treva, antes a treva a ser aceite no
indecifrável claro-escuro. O bem e o mal na mistura retintada deste
imenso filme sob a pressão de Robert Louis Stevenson.
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