sábado, 31 de outubro de 2009


O filme de Corneliu Porumboiu é isto, o trabalho e as esperas de um homem, os percursos, o tempo que passa, as dúvidas, as secas, a cabeça a ferver, o incompreensível, a perdição de quem não sabe o que fazer, a vida. O pequeno a tornar-se enorme. É a força avassaladora que uma simples câmara e um simples tripé ainda podem ter sobre o mundo e o humano, serenamente, honestamente, sem truques, ao serviço de. È a fé no fixo e no frontal. “Politist Adjectiv” é grandioso, uma daquelas coisas que retrocedendo ao máximo, reinventa ao máximo.
É capaz de fazer um bom par com o último Jarmusch, “The Limits of Control”, é certo que não possui a ironia e sentido de releitura do americano, mas no fundo vai na mesma crença, filmar tudo o que a tradição do grande género, o policial, no caso, deita para a lixeira ou não sonha sequer filmar, os supostos espaços de não cinema que a industria convencionou é a matéria destes empreendimentos. Onde tudo o resto corta é onde começa o cinema do Romeno.

sem plots. sem merdas.

2 comentários:

Juan de la Enzina disse...

De la películas más sorprendentes (en el buen sentido) de los últimos años. La última escena podrá llevar al debate pero todo lo anterior es impecable, fresco y con gracia. Desde los primeros planos secuencia se siente la promesa y no decepciona.
antonio

Filipe Furtado disse...

Uma das gratas surpresas do ano.