« Yes, I wanted some of the images and even the choice of the actors to suggest silent movies. I wanted to do something very unspectacular, even austere. It’s almost like a musical, but without the usual musical numbers. I wanted to keep the conventions of the musical, that during the songs the action stops. But instead of presenting it as a spectacle, I wanted to show the characters singing or humming in intimate moments. And in drag shows in Lisbon, mostly they sing Spanish songs, but most of the songs I used are popular Portuguese songs.»
Logo, nada a ver com os exibicionismos/delírios de um certo Almodôvar, tudo a remeter para os filmes de guerra de Fassbinder (muito mais do que para Sirk, do meu ponto de vista). Objecto honesto, implacável, sempre a fazer tábua rasa e a violentar a suposta cinéfilia embasbacada. Tão perdido como as vidas em questão. Que poética? A mesma de “Odete”, poética do inescapável, da pulsão fugidia e incontrolável, cheiro funesto que destrói qualquer papel de lustro.
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