sábado, 8 de agosto de 2015
Leio, na velha biografia que lhe dedicou a grande professora de Cambridge que foi M.C. Bradbrook, que Malcolm Lowry ofereceu nem meia dúzia de exemplares do seu "Under The Volcano". Mas um deles, autografado, com dedicatória, mandou-o para o seu antigo colega de Cambridge, o actor Michael Redgrave. Pois, isto ainda me enternece a lembrança daquele mundo em que os escritores viviam para além do "seu meio", em que toureiros e boxeurs liam poesias, Hemingway (ou foi Picasso?) apadrinhava os filhos de Lucia Bosé, Camus apaixonava-se pela Casarès, actrizes namoravam psicanalistas franceses, Picasso ia aos touros, e Roger Vailland escrevia sobre a Volta a França. Isto ultimamente tem ficado tão pequenino, é tudo tão familiar-corporativo, que cada arte parece é um "mercado do taxi".
Jorge Silva Melo, claro, no contentor do costume.
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