quarta-feira, 18 de julho de 2018

Marlowe... Burke Devlin... Joe Gillis... Ben Bradlee...




Nunca “choraremos” demais (uns happy fews...) as fabulosas personagens de detectives ou de jornalistas incorruptíveis e fumadores como se não houvesse amanhã que o professor Carlos Melo Ferreira foi recusando aos seus alunos em filmes de género que nunca saíram do papel ou que ficarão para sempre envergonhados nas poeirentas gavetas ao abrigo de qualquer investigador...

Mas dos filmes de Pedro Costa ele sempre aceitou falar em conferências ou nos cafés e escrever muito, mesmo que nas aulas fosse ultra misterioso e fascinante a respeito deles, como se para conservar todos os segredos, elipses, não-ditos dos monumentos – não usurpando o significado daquela preciosa palavra americana milestones que só brilha se não cair na rotina.

«Vejam, e formem a vossa opinião. Depois conversamos.» Dizia classicamente, para que ninguém andasse a falar do que não sabia ou a papaguear opiniões alheias. Mas ele escutava sempre mais do que falava, pelo menos sobre Juventude em Marcha.

Porém desta vez permitiu-me filmá-lo e para mim foi como se tivesse concretizado um pouquinho de todos os noirs ou policiais conjuntos com que sempre fui sonhando.

Thanks, sir!

Sem comentários: