Nunca “choraremos” demais (uns
happy fews...) as fabulosas personagens de detectives ou de
jornalistas incorruptíveis e fumadores como se não houvesse amanhã que o professor
Carlos Melo Ferreira foi recusando aos seus alunos em filmes de
género que nunca saíram do papel ou que ficarão para sempre
envergonhados nas poeirentas gavetas ao abrigo de qualquer
investigador...
Mas dos filmes de Pedro Costa ele
sempre aceitou falar em conferências ou nos cafés e escrever muito,
mesmo que nas aulas fosse ultra misterioso e fascinante a respeito
deles, como se para conservar todos os segredos, elipses, não-ditos
dos monumentos – não usurpando o significado daquela preciosa
palavra americana milestones que só brilha se não cair na
rotina.
«Vejam, e formem a vossa opinião.
Depois conversamos.» Dizia classicamente, para que ninguém andasse
a falar do que não sabia ou a papaguear opiniões alheias. Mas ele
escutava sempre mais do que falava, pelo menos sobre Juventude em
Marcha.
Porém desta vez permitiu-me filmá-lo
e para mim foi como se tivesse concretizado um pouquinho de todos os
noirs ou policiais conjuntos com que sempre fui sonhando.
Thanks, sir!
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