Rookie of the Year, de John Ford, 1955
Em Rookie of the Year
John Ford e John Wayne não estão a escrever histórias de Índios e Cowboys –
como Wayne, o jornalista desportivo diz ao miúdo paquete da redacção – mas
também estão, pois, como vemos diariamente em qualquer dos nossos três jornais desportivos
(viva ao luxo! Nem a Alemanha…), tudo é um bacanal e vale tudo por uma notícia
bombástica mesmo que não tenha pés nem cabeça, mesmo que seja passível de
destruir o futuro de um jovem ou o legado de um gigante.
Rookie of the Year
é uma contenda jornalística a la Sam
Fuller onde o furacão ético de um acontecimento de contornos bíblicos que
aglutina a épica de David e Golias e a longevidade de Matusalém é engolido a
bílis ou para a arca de Noé das narrativas privadas e preciosas – como as
amantes ou o euro milhões não ganho por estupidez - para ceder passo a uma
criança que ama o taco de basebol.
Furacão ético assim resolvido por um Matusalém que dispensou
a imortalidade fácil de uma narrativa que mais do que sensacionalista poderia
resultar na Great American Novel, cessando
o dilúvio das parangonas com o seu pequeno sonho de infância, que está nesse
plano derradeiro absolutamente Fordiano – Wayne, o cowboy dos cowboys, com uma
bola na mão, um sorriso de criança, o lançamento, o homerun e a traquinice; traquinice que no caso foi limpar um bocado
da fossa da imprensa. Wayne, como um puto, brilho nos olhos igual ao de Patrick
Wayne, o jogador do ano, na vida real seu filho e no filme filho da
verticalidade de Ward Bonde – tudo entrelaçado, uno e lógico na humanidade do
mais humanista dos cineastas. Pois com coisas sagradas, like ball stuff, boy oh boy, não se brinca.
Disponível no My Two Thousand Movies: http://mytwothousandmovies.blogspot.com/2019/07/rookie-of-year-rookie-of-year-1955.html
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