“Contra a minha própria vontade,
vejo-me obrigado a fazer aqui uma pausa. É difícil saber até que ponto a
natureza deverá impor a discrição a quem testemunhou certas coisas. Pelo menos,
pode-se colocar em causa a legitimidade de as divulgar. Se alguns livros são
considerados muito funestos e a sua venda proibida, que dizer então dos factos
mais terríveis que não são divagações dos homens? Aqueles que são perturbados
por livros nada provam contra os factos. São os factos, e não os livros, que
deviam ser proibidos. Mas o homem está constantemente a semear ao vento, e o
vento sopra para onde está virado, sem que se saiba se daí advirá mal ou bem. Muitas
vezes o mal vem do bem, assim como o bem do mal.”
Herman Melville, “As Ilhas Encantadas”
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