Porque um top é quando um homem quiser, aqui ficam os melhores filmes de 2007, faltará um ou outro que não vi, mas penso que está o essencial:
«Flags of Our Fathers: As Bandeiras dos Nossos Pais»/«Cartas de Iwo Jima», Clint Eatwood
Porque um é o contra campo do outro, e as forças circulam perfeitamente entre os dois; porque os flashes das máquinas fotográficas de flags são tão violentos como a autodestruição dos Japoneses, e porque nunca depois de Ford assisti a algo tão crepuscular.
«Paranoid Park», de Gus Van Sant
Por todas as razões que expliquei mais abaixo e mais algumas, e porque Van Sant soube reinventar-se com um filme paradoxalmente tão simples e tão ultra complexo.
«À Prova de Morte» , Quentin Tarantino
Tarantino até pode tar a fazer mais do mesmo (o que não concordo), mas eu sou da equipe do Bénard, e digo que um autor faz sempre o mesmo filme e nunca o mesmo filme.
Filme sobre os filmes de meio tostão, sobre os seu próprios filmes, lição monumental de mise en scene, portento na banda som…e carta de amor ás mulheres.
«Promessas Perigosas», David Cronenberg
Por tudo o que também escrevi abaixo, insisto: Cronenberg continua a filmar o mesmo que filmava há duas décadas; mas com um apuro, um ambiente e uma dureza que só em Lang me lembro.
«Climas», Nuri Bilge Ceylan
Basta ir uns posts abaixo.
«Zodiac» David Fincher
Grandioso painel sobre a obsessão e o medo, com uma realização prodigiosa – mistura entre o totalitarismo de Kubrick e a precisão cortante de Hitchcok – é fundamental na mistura do clássico e da utilização subliminar do moderno como forma de fazer avançar a narrativa.
Que actores.
«Rocky Balboa», Sylvester Stallone
Porque foi o gesto mais tocante do ano, filme crepuscular e de reposição de uma verdade: o humanismo e a secura inicial.
Sem pretensões, tão simples e belo como a humildade do corpo e do rosto de Stallone.
Agora sou EU.
«Belle Toujours», Manoel de Oliveira
Um Oliveira tão simples e tão grave, num filme que vale por si, apesar dos ecos e das rimas com Bunuel.
«Planeta Terror», Robert Rodriguez
O maior divertimento do ano. É aquela coisa: não serve para nada a não ser para estar o filme inteiro num outro mundo que não este.
Nada a ver com a classe e o apuro de tarantino, mas a marca Rodriguez é também esta.
«Control», Antoin Corbjin
Nos limites do insuportável é um biopic foragido hás regras habituais, actor fabuloso, peça atmosférica inclassificável.
Mistura entre o minimalismo em surdina, o distanciamento e a ausência de psicologia de Bresson e uma maneira de fazer irromper a musica muito á Jarmusch foi uma das preciosidades do ano.
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