Pode haver coisas maiores nas obras de dois dos mais furiosos e esfuziantes classicistas, mas duvido que haja objectos mais tocantes e calorosos do que estes; praticamente do mesmo ano, são para mim, dois dos mais impressionantes retratos do humano: em Preminger o fabuloso Dana Andrews – a personagem que mais pode rimar com o Bogart de In A lonely Place – vulcão que tudo leva á frente, mas tão tocante e humano no seu desenvolvimento filme adentro – o acontecimento que tudo muda, a mulher que conhece; parece o filme de Ray, mas é tudo Premingeriano até á medula; a tal arte da sugestão, com o enquadramento a ser fundamental como revelador da acção e do pensamento; e tão sofisticado na sua decoupage que é inimitável;
E que dizer de Beyond the Forest, filme já a caminho de uma modernidade, com a megera mais sublime da história do cinema; espécie de ascensão e queda, tudo ao acelerador, de uma mulher que tudo quer e tudo deseja deixar para trás; momentos antológicos como as cenas do lago, na grande cidade ou o fabuloso final frente ao comboio já não se fabricam. Tudo de uma luminosidade que vale por ela mesma.
É Bette Davis inadjectivavel, forte como a Jennifer Jones de Duel in the Sun; volátil como natalie Wood no Rebel Without a Cause;
Dois filmes que poderiam ser de Ray? Talvez, mas são para mim cumes da arte de cada um destes mestres.
É Bette Davis inadjectivavel, forte como a Jennifer Jones de Duel in the Sun; volátil como natalie Wood no Rebel Without a Cause;
Dois filmes que poderiam ser de Ray? Talvez, mas são para mim cumes da arte de cada um destes mestres.
Sem comentários:
Enviar um comentário