terça-feira, 20 de janeiro de 2009

incrível a forma como qualquer uma das partes funciona como um todo absoluto. qualquer uma das fatias possui uma respiração, um peso, uma atmosfera, enfim, uma organicidade que vale por si. não existe um puto dum plano desperdiçado, pra encher chouriças. e isto torna o todo absolutamente harmónico. em Taipei ou em Paris. mesmo sendo um daqueles contos (ala Liang) absolutamente loucos, desfasados, com as horas trocadas. precisamente.

3 comentários:

João disse...

Qual é o filme?

José Oliveira disse...

Ni na bian ji dian (What Time Is It There?), Tsai Min-Liang, 2001

tb conheçido por "7 to 400 Blows ", mais uma tocante homenagem a Truffaut.

José Oliveira disse...

...de resto, o tempo, por amor de Deus, veja-se como o tempo é tratado e sentido. como ele entra na cena. se faz matéria. cada plano é absoluto, na sua ausência radical de planos de contra-campo, de planos de corte, de pormenores, de planos de ligação, etc. tudo isto e uma enorme compreensão/interesse pelas texturas, pelas planuras, tanto do mundo como dos corpos, das peles, dos desejos, etc...tornam o objecto a coisa mais crua, lânguida, erótica, bruta que é possivél fazer.