segunda-feira, 27 de julho de 2009

O que se passou fica cá para mim, mas, finalmente, tenho a certeza de que o mundo e a vida precedem (de maneira brutal…) o cinema. Claro que em muitos aspectos – aqueles que não preciso escrever… – já o sabia, mas agora tenho isto como certeza total e indiscutível. Ok, aquela necessidade louca de querer ver filmes e ler sobre eles continuará, e se calhar com uma nova vertigem, mas algo se quebrou e acho que aquela pulsão doentia de “pelo menos um por dia” é capaz de ter ido às urtigas. Uma coisa me garanto: podes ver os filmes todos deste planeta e dos outos, mas, se não viveres e não te deixares levar pelas experiências (nem digo nada…) os filmes que farás (??) serão uma valente merda. E agora me calo.


* Bom, já agora, um filme do Kiarostami que vergonhosamente nunca tinha visto: “Zire darakhatan zeyton” de 1994. É também sobre isto de fazer filmes e de como vida/cinema e cinema/ vida é coisa de fronteiras estranhas e complexas em certa medida. Um bailado cintilante e serpenteante (como o plano final...) sobre a vida e sobre a ficção. È obviamente fulgurante, tanto mais quanto essa fulgurância nasce da impassibilidade contemplativa, da imperturbalidade de uma câmara e de um olhar perante a complexidade do humano e do meio, um reconhecimento e um majestoso elogio à natureza e à matéria. A este mundo.

E isto continua...

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