«É um grande filme de refeições, como muitos de Oliveira, há uma que é espantosa, que é a da boda, pois aqueles que trocam palavras estão de costas, é um pouco "O Vigilante" do Coppola, somos chamados a escutar às portas, debaixo da cadeira e a assistir a esse jogo em permanência de coisas que se contam à volta dela…»
Philippe Azoury, jornalista do Libération, na análise de “O Principio da Incerteza”. Curiosa ligação a Coppola, sendo Oliveira o cineasta menos Coppoliano do mundo, principalmente a um filme tão sui generis e cerebral como “o Vigilante”. Não sei se está bem ou mal dito, não me apetece fazer crítica dos críticos, vale pela invulgaridade. Já agora, o filme é uma bomba estética, o mais radical e louco de Oliveira neste século, carregado de rituais e raccords inacreditáveis. Aquela sequência final em que os palhaços pegam fogo ao bordel, é ou não é o elo ao cinema de Monteiro?
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