sexta-feira, 11 de julho de 2008

continuando Franju

O mais nebuloso, esotérico e ao mesmo tempo medonho branco sobre o branco que eu alguma vez já vi. Nos segredos dos sonhos, fantasias e sobretudo dos pesadelos, num além vida qualquer.
E nele as restantes fabulosas personagens deste maldito e estranhíssimo trio: o cirurgião interpretado por Pierre Brasseur e a enfermeira manhosa e de cara falsa edificada por Alida Valli.
A cena do recorte da cara é algo para além do suportável, mas, como no resto, Franju nunca desce na facilidade gráfica obscena, há uma poética do horror que não é daqui, que aconteceu mas que jamais será possível.

Sem isto Tim Burton não teria existido, e toda a iconografia do género seria hoje diferente.
E aqueles animais, não a matilha de cães, mas sim os ruídos off, de que mundo participam?
Mas Franju é muito mais do que isso. Já lá chegarei.

1 comentário:

Ricardo [DIVERSITÀ] disse...

coincidentemente vi esse filme há alguns dias, pela primeira vez - sem nunca ter ouvido falar ou conhecer nada do diretor.

"poética do horror" diz muita coisa. e eu acho muito curioso e bonito o fato de você sempre tratar o virtuosismo no cinema praticamente como algo metafísico (quando diz "não é daqui"). acredito piamente nisso...pra mim, as coisas realmente vem lá do alto. ou do alto dentro de quem acredita no Alto.

abraço's