«A linguagem, o discurso e a imprensa vieram sobrepor-se. E com eles veio o que acontece quando “dizemos” qualquer coisa, e ainda não nos curámos da linguagem (excepto quando o dizemos porque estamos muito doentes e temos que ir ver um especialista, e o especialista é um bom médico). Há uma grande batalha a ser travada entre os olhos e a língua. Só Freud, e outras pessoas como ele, que hoje tendemos a ridicularizar, tentaram ver as coisas de maneira diferente.
Provavelmente o facto de o meu pai ser médico levou-me, inconscientemente, a isto. Porque a linguagem di-lo imediatamente: é sinusite, ou, é montagem. Com o cinema, havia o sinal de que algo era possível se nos déssemos ao trabalho de chamar as coisas pelos seus nomes. O sinal de que o cinema era uma nova maneira – que até então ninguém tinha visto – de chamar as coisas pelos seus nomes, uma maneira que também era abrangente e popular porque precisava, imediatamente, de um público.»
Jean-Luc Godard
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