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É, mais uma vez, o seu filme mais noiseuse, possuidor daquela brutal secura no modo como imagens e sons se pegam, despegam e se confrontam entre eles. Uma agudeza formal que se relaciona sempre, mas sempre, com o meio físico e, acima de tudo, vive ao serviço do constante eterno retorno em que se esculpe cada imagem dos filmes de Rivette.
Esculpir é a expressão certa , porque se as imagens, esgotado o ciclo, irão nascer sempre aos primórdios, a atitude do Francês é como que encarar de frente o estado das coisas, esta crosta indefinível que possuem as imagens do nosso presente, e resgatar a candura.
Nunca gesto passivo – nem completamente anacrónico me parece – pois a noiseuse é de tal modo aplicada – esse combate das matérias – que os seus filmes são sempre os mais simples e os mais complexos, os mais primitivos e os mais modernos.
Um dia destes falo dos actores...não há palavras para Jeanne Balibar e Guillaume Depardieu.
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