Alguém num destes dias me convenceu a ver Natural Born Killers de Oliver Stone. Deste polémico americano gosto muito, muitíssimo, de JFK e de WTC. E então o que é NBK e o que representa?
Bem, simples e directo – é a maior merda dos anos noventa. É o mais exibicionista, fútil e pretensioso dos filmes, não tem nada lá dentro, a não ser a tal mensagem, muito moderna, muito em voga, que nos diz que são os media que andam a lixar isto tudo, a incitar violência, etc. Isto que pode ser a sociedade e os valores.
E embora concorde com a ideia, a maneira fascista, aleatória e dispersiva – mas paradoxalmente tão académica como o mais pastoso Ron Howard – como Stone trabalha as formas, desenvolve a narrativa e transforma os personagens, tornam este exercício de denúncia e de libertação num brinquedo perfeitamente inerte, coisa que não mete medo e muito menos deixa a pensar.
E que seja este o filme de uma geração de realizadores de videoclipes e publicitários (e de filmes) – porque o é, bem sei – mostra bem o estado como estas coisas das imagens estão. Mostra bem o que esta coisa poderia ter sido e só muito levemente, esporadicamente e nas margens o é efectivamente.
Mostra bem porque é que os produtos e as mercadorias andam todos iguais.
Também mostra o quanto esses realizadorzinhos estão enganados, e são tão inocentes, ao pensarem que são livres e modernos e no final de contas são miúdos impressionados e presos a um estilo que é tão fácil e que nada é virtuoso que nem dá para acreditar, não dá não.
*e não só ele, mas NBK é paradigmático.
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