Se não existisse “Vale Abraão” (que ideia horrível…) “Viagem ao princípio do Mundo” era o melhor Oliveira dos anos 90. Dane-se estas considerações, é uma jóia única do cinema. É ao mesmo tempo o seu filme mais sereno e límpido (aquelas paisagens e lugares, que tão bem conheço, fazem o resto) e um dos mais graves. Como disse uma vez o Vasco Câmara, Oliveira é um género em si, mas, sendo um pouco espertinho, sempre posso evocar o formalismo e o cinema da memória de Resnais e a pureza e liberdade de Rossellini. Duas formas opostas que tornam o filme grande. Grande e prazeroso, 95 minutinhos que voam como um filme, sei lá, de Ulmer. Mas como diz o outro, aqui a tuga preferiu o caminho das telenovelas.
2 comentários:
depois de Vale Abraão, fico com O Dia do Desespero. E depois com A Divina Comédia. Esse início de década foi inspiradíssimo
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