quarta-feira, 14 de maio de 2008

contos da Vida



Acabo de assistir a Conte d'été de 1996 e as convicções saem reforçadas. Existe um cinema segundo Rohmer, como existe um cinema segundo Rivette. Dois grandes metteures, singulares per si.
Rohmer é, como o seu comparsa, um cineasta da realidade, que prefiro chamar da vida, mas ao tom mais contemplativo e ascético de Rivette (sim Mizoguchi), em Rohmer a vida aparece como coisa não somente reconhecível mas sim total.
Total no sentido em que o reconhecimento/sentimento do mundo, em Conte d'été, por exemplo, nos é transmitido com o aumento da palavra rumo a uma apreensão absoluta do ontológico. Algo que não tem nada a ver com naturalismo nem realismo convencionado (vale para Rivette, no seu caso). Porque se os filmes de Eric parecem os mais fáceis do mundo, são, não tenho dúvidas, os mais intrincados – a vida não cabe num bloco de uma penada, mas cabem contos do humano, que é o que a câmara singelamente capta.

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