Só hoje me pude deslocar ao cinema para ver um filme que muito ansiava, de um dos grandes cineasta vivos: George A. Romero.
Diary of the Dead é um grande filme, um fabuloso filme.
É, primeiro de tudo, o anti-Rec, aqui o dispositivo e a matéria de fundo juntam-se em estado de graça.
Grande filme parábola sobre o estado das coisas e das acções/anseios dos homens; grande metáfora/denuncia/autópsia sobre o killer instint desta nossa raça, e grande filme acerca– só comparável a Redacted, de Brian de Palma – da verdade e a manipulação de todas as imagens e de todos os signos, dando ainda umas potentes alfinetadas ás instituições (ás de cinema, principalmente) e ao desejo, tão inocente e infantil, da possessão e durabilidade de todas as coisas.
Mise en scene sóbria, cientifica, radical e sem nunca se pôr em bicos de pés, Romero nunca por nunca moraliza ou espetaculariza os eventos – é o mais justo e caustico dos filmes.
Sobre o mundo e sobre as imagens, sobre a realidade e sobre a manipulação. Sobre o novo e o velho.
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