"It is wrong to liken a director to an author. He is more like an architect, if he is creative. An architect conceives his plans from given premises--the purpose of the building, its size, the terrain. If he is clever, he can do something creative within these limitations."
John Ford
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Esta frase de Ford é uma das verdades mais esquecidas e ignoradas do cinema actual, ou seja, um cineasta como um arquitecto das imagens. John Ford foi o maior cultor da arte do enquadramento e das escalas na história do cinema.
Comparável – mas mesmo só comparável –Lang (arquitecto de profissão) e as suas formas duríssimas, Ray e a maneira de fechar os seus rebeldes, Kazan, e a implosão dentro do quadro, os Straub e o seu inquebrável radicalismo da duração, Oliveira ou o absoluto do in, Ozu o total domínio das linhas de força, Monteiro, e o esbatimento da técnica a favor do quadro, Dreyer e a sua elevação trancendental, Bresson e o seu cinematógrafo, Cimino e o perfeito domínio das escalas, Carpentar e o uso sensualista do scope, Chabrol na heritage de Lang, Costa e a brutal apreensão do real e pouco mais…
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O outro, também arquitecto de formação, e que aproveito para pedir a alguma distribuidora que compre o seu ultimo filme, é o tailandês Apichatpong Weerasethakul, mais conhecido pelo fabuloso filme onirista, ultra misterioso e monumentalmente erigido chamado Sud pralad (Tropical Malady); existem ainda outras duas longas e uma série de curtas-metragens que eu tive o prazer de assistir num workshop dado por ele mesmo.
Ficou uma frase: “primeiro o conceito, a história é secundária”
Concorde-se ou não com o seu método, de uma coisa não duvidemos, é um dos maiores arquitectos das imagens da actualidade.
*Sang sattawat, Syndromes and a Century, 2006
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