Apetece-me falar da mise en scene em “The Naked Spur”, 1953, e talvez o mais fabuloso western de Anthony Mann. E como todos eles são portentosos.
Não temos o Scope que abarca todo o espaço e que o dilata como em “The Men from Laramie”, por exemplo.
Spur é por excelência o western dos pequenos espaços, de câmara, quase como “El Dorado” ou “Rio Lobo" de Hawks”.
A câmara de Mann nunca se enleva em auto exibição, antes é serenamente sofisticada, paradoxalmente, por vezes, funcional, mas nunca um funcionalismo rotineiro.
Tal como em Hawks os mais brilhantes movimentos, as angulações com a máquina, de tão sofisticadamente discretos quase passam ao lado.
Em Spur é na genial decoupage e na precisão graciosa da montagem que tudo se decide (fabulosas interpretações e um surpreendente background Freudiano aparte), a combinação câmara/corte, que aqui nem é tanto uma questão de duração (embora seja obviamente fundamental), é o que aumenta todo o efeito de lisura no meio rochoso, espécie de revelador perfeito dos ferimentos íntimos das personagens (Stewart acima de todas), mais do que isso fazem de cada sequencia um acto singular.
Ou seja, em algo tão duro, como rocha (novamente a importância do texto de Godard sobre “Men of the West”) mesmo que ressalte a beleza verdejante das montanhas de colorado, é a tal qualidade da montagem, a sua perfeita consciência ordenadora, aglutinadora que transcendem o que seria de qualquer dos modos um filme peculiar e horrífico.
Resumindo: a forma como Mann liga uma imagem à seguinte faz acontecer uma mise en montage superior, torna o rochoso perfeitamente límpido e cristalino.
Não temos o Scope que abarca todo o espaço e que o dilata como em “The Men from Laramie”, por exemplo.
Spur é por excelência o western dos pequenos espaços, de câmara, quase como “El Dorado” ou “Rio Lobo" de Hawks”.
A câmara de Mann nunca se enleva em auto exibição, antes é serenamente sofisticada, paradoxalmente, por vezes, funcional, mas nunca um funcionalismo rotineiro.
Tal como em Hawks os mais brilhantes movimentos, as angulações com a máquina, de tão sofisticadamente discretos quase passam ao lado.
Em Spur é na genial decoupage e na precisão graciosa da montagem que tudo se decide (fabulosas interpretações e um surpreendente background Freudiano aparte), a combinação câmara/corte, que aqui nem é tanto uma questão de duração (embora seja obviamente fundamental), é o que aumenta todo o efeito de lisura no meio rochoso, espécie de revelador perfeito dos ferimentos íntimos das personagens (Stewart acima de todas), mais do que isso fazem de cada sequencia um acto singular.
Ou seja, em algo tão duro, como rocha (novamente a importância do texto de Godard sobre “Men of the West”) mesmo que ressalte a beleza verdejante das montanhas de colorado, é a tal qualidade da montagem, a sua perfeita consciência ordenadora, aglutinadora que transcendem o que seria de qualquer dos modos um filme peculiar e horrífico.
Resumindo: a forma como Mann liga uma imagem à seguinte faz acontecer uma mise en montage superior, torna o rochoso perfeitamente límpido e cristalino.
3 comentários:
E o filme? Gostou do filme? Da história, das personagens, do que o fez ou não sentir?
Com toda a sua validade (ou não lesse eu também livros de/sobre cinema) não conseguiria escrever assim sobre um filme...
olha, ainda bem, assim sempre escrevo mais qualquer coisa que sobre fotografia bonita e belo guarda roupa...eu não sou critico de cinema, não sou realizador, e como diz a personagem do Damon em O Bom Rebelde: "quero é ser pastor".
Isto não têm pretensão nenhuma menina, a não ser a minha...e como é de graça só compra quem quer.."é mesmo assim boy" - Sam the Kid DixIT
Fica Bem
Bem, vejo que mantém a atitude de responder com 5 pedras na mão seja a quem for. Nem fui eu que falei de pretensão, foi o próprio... logo está tudo dito.
E esteja descansado, não voltarei a "invadir" o seu espaço.
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