segunda-feira, 14 de abril de 2008

V.G

Já não me lembrava que a primeira longa-metragem de Vicente Gallo era coisa tão fina.
Está para a década de 90 como The Brown Bunny para este decénio, ou seja: uma das grandes obras-primas marginais, esquecidas, ignoradas.
Feitas por alguém que tem plena consciência da auto indulgência do esquema, mas o essencial é que ele mergulha de cabeça e sem receio numa exposição comovente, solitária e de uma nostalgia por uma América que causa arrepio – tudo dura o que têm que durar.
Gallo sabe que corre o risco de se despir todo, mas isso não interfere no gesto, em nenhum momento.
São só dois filmes, são tão diferentes e tão iguais, e só dá para lembrar as últimas pedradas de Godard: um homem num meio, despido de aparência.

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